(12) Psicologia Centrada na Pessoa: (Carl Rogers) Ênfase na tendência à atualização, congruência, empatia e aceitação incondicional.

A Psicologia Centrada na Pessoa, desenvolvida por Carl Rogers, é uma abordagem humanista que enfatiza o potencial inerente de cada indivíduo para o crescimento pessoal, a auto-realização e a saúde psicológica. A premissa fundamental é que as pessoas possuem uma tendência atualizante, uma força vital intrínseca que as impulsiona em direção ao desenvolvimento pleno de suas capacidades e à busca de significado na vida.

No cerne da abordagem rogeriana está a crença na bondade fundamental da natureza humana e na capacidade do indivíduo de se autocompreender e de promover mudanças construtivas em si mesmo, dadas as condições facilitadoras adequadas. Essas condições essenciais para o crescimento terapêutico e pessoal são a congruência (autenticidade do terapeuta, sendo genuíno e transparente em seus sentimentos), a empatia (a capacidade do terapeuta de compreender o mundo do cliente da perspectiva dele, sentindo com ele) e o respeito positivo incondicional (a aceitação e valorização total do cliente como pessoa, sem julgamentos ou condições de valor).

A incongruência, ou a discrepância entre o self real (como a pessoa realmente é) e o self ideal (como a pessoa acredita que deveria ser), é vista como a raiz do sofrimento psicológico. Essa incongruência muitas vezes surge de condições de valor internalizadas, que são as expectativas e julgamentos que os outros impõem sobre nós, levando-nos a abandonar nossos próprios sentimentos e necessidades para obter aprovação.

Na terapia centrada na pessoa, o terapeuta adota uma postura não diretiva, focando em facilitar a autoexploração e o autoconhecimento do cliente. O cliente é visto como o especialista em sua própria vida e o principal agente de mudança. O terapeuta atua como um facilitador do processo de crescimento, oferecendo um ambiente seguro e de apoio onde o cliente pode se sentir ouvido, compreendido e aceito incondicionalmente.

O objetivo da terapia não é resolver problemas específicos, mas sim promover o crescimento geral e a integração do self do cliente, permitindo que ele entre em contato com seus verdadeiros sentimentos e necessidades, reduza a incongruência e se mova em direção à auto-realização. A ênfase está na experiência subjetiva do cliente, no momento presente e na relação terapêutica como um encontro genuíno entre duas pessoas. A abordagem valoriza a autonomia do cliente, sua capacidade de escolha e sua responsabilidade por seu próprio processo de crescimento.