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(6) Behaviorismo Clássico (Radical): (John B. Watson, B.F. Skinner) Foco exclusivo no comportamento observável e nas leis do aprendizado (condicionamento clássico e operante).

O Behaviorismo Clássico, também conhecido como Behaviorismo Radical, surgiu no início do século XX como uma reação à introspecção e ao foco nos processos mentais internos da psicologia da época. Liderado por figuras como John B. Watson e B.F. Skinner, essa abordagem postulava que a psicologia deveria se restringir ao estudo do comportamento observável e mensurável, rejeitando a análise de estados mentais subjetivos como pensamentos, sentimentos e emoções por considerá-los inacessíveis à investigação científica rigorosa.

O Behaviorismo Clássico enfatiza o papel do ambiente como o principal determinante do comportamento. Os behavioristas acreditavam que todo comportamento é aprendido através de interações com o ambiente, por meio de processos de condicionamento. Dois tipos principais de condicionamento foram extensivamente estudados: o condicionamento clássico (pavloviano) e o condicionamento operante (skinneriano).

O condicionamento clássico, descoberto por Ivan Pavlov, descreve um processo de aprendizagem por associação. Um estímulo neutro é repetidamente emparelhado com um estímulo incondicionado (que naturalmente elicia uma resposta incondicionada). Com o tempo, o estímulo neutro torna-se um estímulo condicionado, capaz de eliciar uma resposta condicionada semelhante à resposta incondicionada original. O famoso experimento de Pavlov com cães, associando o som de um sino à apresentação de comida, demonstrando a aprendizagem da salivação ao som do sino, ilustra esse processo.

O condicionamento operante, foco principal de B.F. Skinner, explora como as consequências do comportamento afetam a probabilidade de sua ocorrência futura. Reforços (positivos ou negativos) aumentam a frequência de um comportamento, enquanto punições (positivas ou negativas) tendem a diminuí-la. Skinner demonstrou como o comportamento pode ser moldado através de reforços seletivos, um processo conhecido como modelagem.

O Behaviorismo Clássico defendia uma abordagem ambientalista radical, argumentando que o comportamento humano é fundamentalmente aprendido e moldado pelas contingências do ambiente, minimizando ou negando a influência de fatores internos, genéticos ou inatos. O objetivo da psicologia behaviorista era identificar as leis do aprendizado e utilizar esses princípios para prever e controlar o comportamento. Essa abordagem teve um impacto significativo na psicologia experimental, na aprendizagem, na educação e no desenvolvimento de técnicas de modificação comportamental. A ênfase na observação objetiva e na experimentação rigorosa contribuiu para tornar a psicologia uma ciência mais empírica.

(7) Neobehaviorismo: (Clark Hull, Edward Tolman) Introdução de variáveis intervenientes (não diretamente observáveis, mas inferidas) entre estímulo e resposta.

O Neobehaviorismo surgiu como uma transição entre o behaviorismo clássico radical e a emergente psicologia cognitiva. Mantendo o foco na aprendizagem e no comportamento observável como objetos de estudo primários, o neobehaviorismo introduziu a consideração de variáveis intervenientes – fatores internos e não diretamente observáveis que se supunha influenciarem a relação entre estímulo e resposta.

Enquanto behavioristas clássicos como Watson e Skinner enfatizavam uma análise direta do ambiente e do comportamento manifesto, neobehavioristas como Clark Hull e Edward Tolman argumentavam que era necessário inferir processos internos para fornecer explicações mais completas do comportamento. Essas variáveis intervenientes poderiam incluir impulsos, hábitos, expectativas, mapas cognitivos e propósitos.

Clark Hull desenvolveu uma teoria hipotético-dedutiva do comportamento, buscando estabelecer leis formais da aprendizagem baseadas em conceitos como força do hábito (função do número de reforços), impulso (motivação biológica) e inibição (fatores que suprimem o comportamento). Sua teoria visava prever o comportamento a partir da interação dessas variáveis intervenientes com os estímulos ambientais.

Edward Tolman, por sua vez, destacou a importância dos processos cognitivos na aprendizagem, mesmo dentro de uma estrutura behaviorista. Seus experimentos com ratos em labirintos demonstraram a formação de mapas cognitivos internos do ambiente, sugerindo que a aprendizagem envolvia mais do que simples associações estímulo-resposta, incorporando representações mentais do espaço. Ele também distinguiu entre aprendizagem latente (aprendizagem que ocorre sem reforço imediato e só se manifesta quando há uma motivação) e desempenho.

O neobehaviorismo representou, portanto, uma tentativa de tornar o behaviorismo mais flexível e abrangente, incorporando constructos teóricos internos para explicar a complexidade do comportamento animal e humano. Embora ainda priorizasse a objetividade e a experimentação, abriu caminho para a eventual ascensão da psicologia cognitiva, que passou a colocar os processos mentais no centro da investigação psicológica. O reconhecimento da influência de variáveis intervenientes foi um passo crucial para a compreensão mais rica e multifacetada do comportamento.

(8) Behaviorismo Metodológico: (ênfase na observação objetiva do comportamento para fins de pesquisa).

O Behaviorismo Metodológico, proeminente no início do século XX sob a liderança de John B. Watson, estabeleceu um marco para a psicologia como uma ciência objetiva. Sua premissa central era que o estudo da psicologia deveria se restringir ao comportamento diretamente observável e mensurável, em detrimento da investigação de estados mentais internos, considerados subjetivos e inacessíveis à análise científica rigorosa. Watson e seus seguidores argumentavam que a introspecção, método prevalente na psicologia estruturalista, carecia de confiabilidade e verificabilidade intersubjetiva.

A ênfase do behaviorismo metodológico recaía sobre a análise das relações funcionais entre os estímulos ambientais e as respostas comportamentais que eles desencadeavam. A aprendizagem era concebida principalmente através do condicionamento clássico, um processo descoberto por Ivan Pavlov, no qual um estímulo neutro adquire a capacidade de eliciar uma resposta condicionada após repetidas associações com um estímulo incondicionado. O famoso experimento de Pavlov com a salivação canina em resposta ao som de um sino ilustra esse princípio fundamental.

Para o behaviorista metodológico, o comportamento humano era fundamentalmente uma resposta aprendida às contingências do ambiente. Acreditava-se que, através da identificação das leis do aprendizado, seria possível prever e controlar o comportamento humano, tal como se faz em outras ciências naturais. Essa perspectiva adotava uma postura ambientalista radical, atribuindo um papel preponderante às influências externas na moldagem do comportamento e minimizando a importância de fatores internos, como pensamentos e sentimentos, na explicação da ação humana.

Embora o behaviorismo metodológico tenha contribuído significativamente para o rigor metodológico e para o estabelecimento da psicologia como uma ciência empírica, sua exclusão dos processos mentais internos como objeto de estudo científico acabou por ser considerada uma limitação. Essa restrição levou ao desenvolvimento de outras abordagens psicológicas, como o cognitivismo, que passaram a investigar ativamente os processos mentais como elementos cruciais para a compreensão do comportamento humano. No entanto, o legado do behaviorismo metodológico reside em sua ênfase na observação objetiva e na experimentação controlada, pilares da pesquisa psicológica moderna.

 

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